quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Mother Russia

  Todos nós já nos apercebemos do que anda a acontecer na Ucrânia, o nosso vizinho longínquo da Europa de Leste, onde hoje em dia se trava a mesma batalha que lutaram os nossos pais e avós, faz em Abril 40 anos. São pais que lutam pelo futuro dos seus filhos, são cidadãos que se tentam libertar ainda do regime autoritário que pensáramos ter acabado com o século XX, após a queda do muro de Berlim e da URSS.

Foto by: Vlad-Sode

  Mas se pensamos que o que está a acontecer na Ucrânia é meramente uma luta Rússia-UE, estamos enganados, esta foi apenas a faísca que desencadeou toda esta espiral de revolta, uma derradeira luta contra a opressão, uma tentativa de fazer com que seja efectivamente a voz do povo que conte, que seja o povo a decidir o seu futuro e não um grupo restrito, uma aristocracia dos dias de hoje, aquele ângulo morto aos olhos da justiça que de tempos a tempos sai fora dos seus limites, trazendo à rua a revolta e a sede de justiça, como podemos ver na Praça da Independência, em Kiev.
Foto by: Serfei-Grits

  Muitos de nós, e espero estar enganado, adolescentes que tomam certas liberdades como certas, que sabem que daqui a uns anos poderão votar, que não têm de temer o que dizem, as suas ideias e crenças, não conseguem imaginar bem a magnitude do que se está a passar em Kiev. Ali, na Praça da Independência, qual Largo do Carmo, se vê a indignação de um povo cansado de ser ignorado e que agora se levanta e faz ouvir para se tornar senhor do seu destino e do do seu país. 

Foto by: Alexey Furman

  Pedem eleições livres, pedem eleições em que tudo possa ser esclarecido com justiça e que, para além da escolha entre a União Europeia e a Rússia, se escolhe entre ser ouvido ou deixar andar - e como portugueses que somos, já sabemos que isso não costuma resultar.

Post by FT