quarta-feira, 26 de março de 2014

Sanções, como assim?

 Todos temos vindo a acompanhar a evolução dos acontecimentos na Ucrânia. No passado dia 16 de Março foi a votos, na Crimeia, e aprovada, a resolução de integrar este território na União Russa. Desde o início que a União Europeia e Estados Unidos se mostram contra esta iniciativa e ameaçam sanções para Moscovo. Mas o que é que isso significa?


 A princípio foram congeladas contas de personalidades russas em bancos europeus e americanos. Falam-se agora de revogação de benefícios aduaneiros às exportações russas. Agora, o Banco Mundial afirmou, segundo o DN, que graças à falta de segurança dos investidores e dos riscos geopolíticos, o PIB russo poderá recuar 1,8% em 2014 e chegar a uma contracção 2,1% em 2015, isto no pior dos cenários. 

Vladimir Putin, Presidente Russo


 Do lado russo há a sombra do corte no abastecimento de gás natural e petróleo à Europa Central, matérias primas essas que "continuam a ser a espinha dorsal da produção de energia", segundo a Agência Internacional de Energia. Com a ameaça de ter este corredor de energia cortado, para além de uma instabilidade nos mercados, a Europa corre o risco de ver os preços do gás subir radicalmente e ver-se a braços com uma grande crise energética devido à elevada dependência de combustível russo.
O elo de ligação Rússia-UE
 A Ucrânia, que até ao fim de 2013 detinha um acordo com a Rússia em que trocava a livre passagem de gás para a Europa por uma quota de consumo grátis de gás para a sua população, está ainda mais em risco pois afirma-se como o 6º maior consumidor de gás natural do mundo e 4º maior importador, segundo o "CIA's World Factbook".

Barack Obama, Presidente Americano

 Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos, cujo presidente se encontra na cimeira EUA-UE, declaram que a cooperação energética entre a Europa e América se torna essencial para a diversificação energética europeia, passando esse passo pela comercialização no velho continente de gás de xisto, importado dos EUA. Neste alvoroço ficaram esquecidas as sequelas feitas na diplomacia entre a UE e os EUA no seguimento dos escândalos da NSA e os Estados Unidos reafirmam a sua essência ao aproveitar esta oportunidade de fragilidade na Europa para introduzir um novo produto (que levanta algumas dúvidas no plano ambiental) e lucrar com isso.
Gasoduto Argélia-Península Ibérica

 Para Portugal estas circunstâncias não são alarmantes devido ao facto do nosso gás importado provir maioritariamente da Argélia, através do gasoduto do Magrebe, não sendo esperados grandes reflexos no abastecimento de energia causados pelos acontecimentos na Europa de Leste, podendo-se no entanto esperar algumas flutuações nos preços deste bem.

Post by Francisco Tiago e Joana Fialho

Bibliografia:
http://www.naturalgaseurope.com/
http://www.dn.pt/
http://www.publico.pt/
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/