Todos sabemos que um dos princípios base que
levou à criação da União Europeia tal como a temos hoje, foi o desejo de um
mercado continental livre, em que pessoas e mercadorias pudessem circular
livremente na Europa, sem estarem restringidas por fronteiras administrativas
ou alfandegárias. Um dos efeitos lógicos da existência de um espaço de
circulação livre de mercadorias é a intensificação do tráfego das mesmas, que
agora podem chegar a qualquer lado do mercado comum sem estarem sujeitas a
nenhum tipo de controlo aduaneiro.
Portugal, que aderiu à CEE em
1986, beneficiou com a entrada na comunidade ao ver um aumento nas suas
exportações e, em contrapartida, um aumento de nas importações, que comprovam
que a integração num mercado único pode não só favorecer uma economia, mas
também pode ter um efeito negativo como o aumento do deficit da Balança
Comercial.
A estrutura das importações e exportações portuguesas foi-se alterando, sendo que em 2010, segundo a base de dados ‘Pordata’, os 5 produtos e serviços mais exportados foram: Serviço de transporte e armazenagem; Produtos têxteis, vestuário e de couro; Equipamento de transporte; Produtos alimentares, bebidas e da indústria do tabaco; Metais de base e produtos metálicos, excepto máquinas e equipamentos.
Em sentido contrário, as importações de maior peso foram: Equipamento de transporte; Minérios e outros produtos das indústrias extractivas; Produtos alimentares, bebidas e da indústria do tabaco; Produtos Químicos; Metais de base e produtos metálicos, excepto máquinas e equipamento.
No caso holandês, das mercadorias que saíram da Holanda, em 2008, destacam-se principalmente os Combustíveis e Óleos Minerais, Máquinas e Aparelhos Mecânicos e Máquinas e Aparelhos Eletrónicos, o que evidencia o elevado grau de desenvolvimento tecnológico da economia deste país face a Portugal. Mais uma vez, as exportações deste país da UE vão principalmente para outros países membros, podendo-se reafirmar a importância do mercado único para o dinamismo do comércio internacional.
A República Checa, por sua vez, assentar quer as suas importações, quer exportações, em máquinas e material de transporte, matérias-primas e combustíveis e produtos químicos, o que nos faz aperceber da importância do sector II para esta economia.
Quanto ao destino das suas
exportações, a Espanha desempenha desde 86, ano em que também entrou no mercado
único, o papel de maior importador de mercadorias portuguesas, que antes eram
principalmente absorvidas pelas (ex-)colónias. Em 2011 Espanha representou
24.8% das exportações portuguesas, seguida da Alemanha com 13.6% e França com
12%.
Em termos de Importações, em
2012, Portugal comprava cerca de 32% das mercadorias entradas no país a
Espanha, 11.5% à Alemanha e 6.7% à França, que se traduzem assim como sendo os
três grandes parceiros comerciais portugueses, todos membros da UE, facto fundamental
para a concretização desta realidade.
Para os Países Baixos, os
principais importadores de produtos Holandeses foram, em 2012: Alemanha
(26.5%); Bélgica (13.7%), França (8.8%) e Reino Unido (8%) e os que mais exportaram para o mercado holandês foram: Alemanha
(13.8%), China (12%) e Bélgica (8.4%)
Na República Checa os parceiros importadores são Alemanha (29,5%), Polónia (7,7%),
Eslováquia (7,4%) e os parceiros de exportação são Alemanha (31,8%), Eslováquia (9,1%), Polónia
(6,1%).
Nós três casos vemos que a Alemanha desempenha um papel de destaque, seguida dos países vizinhos dos respectivos países (excepto a China) , na maioria membros da UE, mais uma prova da importância do mercado comum Europeu.
No fundo, o que a UE faz a estes países é permitir que estes façam chegar os seus produtos aos mercados dos países vizinhos sem a necessidade de acordos prévios, ao mesmo tempo que expõe o mercado desses mesmos países à concorrência externa, o que pode resultar numa balança comercial demasiado deficitária, tal como tem vindo a acontecer com Portugal que aumentou as suas importações ao entrar para a UE, enquanto que a República Checa alcança um excedente comercial com a sua entrada na UE em 2004.
Post de Francisco Tiago Carvalho e Joana MS Fialho.
Toda a informação, de textos e quadros/gráficos foi recolhida de sites como:
http://www.pordata.pt/;
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/;http://www.slideshare.net/exporthub/paises-baixos-holanda-ficha-de-mercado-exportao-e-investimento; www.indexmundi.com; http://www.portugalglobal.pt/.../PortugalFichaPais.pdf e http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2487803.
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